terça-feira, 11 de setembro de 2007

Desafio aos Médicos de Portugal

Declaração do Prof. Silva Santos

A Ordem dos Médicos está doente. O Dr. Pedro Nunes, meu colega e ainda Bastonário, contribui para essa situação e não merece o lugar que ocupa nem tem perfil para este cargo de tamanha responsabilidade. Digo isto, que muitos médicos pensam, e provo-o.
O ainda bastonário é irresponsável, como todos nos demos conta, por exemplo, aquando da sua comunicação sobre a impreparação dos médicos para garantirem assistência às mulheres que querem interromper a gravidez.
O Dr. Pedro Nunes trata os médicos como «menores mentais», passe a expressão: dá a sua opinião como se fosse a nossa, não se dá à tarefa responsável de nos auscultar e nem sequer ouve os Conselhos de Especialidade antes de emitir opiniões.
Quanto à questão da IVG, é preciso dizer que o colega Pedro Nunes pôs em causa a competência dos Clínicos Gerais para praticar o acto médico da IVG o colega Pedro Nunes cai na tentação irresponsável de subvalorizar os nossos colegas da clínica geral que são médicos especialistas que eticamente desenvolvem a sua actividade de acordo com os seus conhecimentos e a formação contínua. Por isso, lançar o anátema sobre os colegas e a sua competência é, no mínimo, feio. Mas pior do que isso: trata-se de um generalizado paradigma de má prática como dirigente da Ordem e isso é muito grave.
O actual bastonário provou à saciedade mais uma vez que não merece ocupar aquele lugar. Por isso há que fazer algo para mudar as coisas. A Ordem dos Médicos precisa de ser democratizada.

Objectivos da Candidatura Alternativa

A minha candidatura tem por objectivos centrais esses mesmos: trazer de volta a democracia à Ordem, melhorar a estrutura da instituição, devolver à Ordem e aos médicos de Portugal o prestígio e a dignidade que têm sido atacadas por sucessivos governos sem que a Ordem se tenha oposto a esse crime sócio-político prolongado no tempo, sem que a Ordem tenha feito o mínimo que havia a esperar: defender os médicos e a sua qualificação.
A minha candidatura é a única que garante que a Ordem volte a ter o prestígio e a importância que lhe cabe. Para isso, desejo apelar aos médicos do País para que cerrem fileiras e comigo defendam a sua Ordem. Quando a Ordem tomar uma posição pública, que ela corresponda a conclusões participadas dos médicos e não a palavreado individual do Bastonário.
Comigo teremos uma Ordem mais democrática, mais participada, mais representativa, mais interveniente, mais conhecedora, mais respeitada.
Pretendo criar as condições para a democratização interna da Ordem, a defesa técnica e cientificamente qualificada dos interesses dos médicos, a defesa da qualidade da medicina nos sectores público e privado, a garantia dos princípios éticos e deontológicos renovados, a formação e qualificação profissional, em particular dos jovens médicos.
Pretendo ainda salvaguardar o exercício profissional com independência e autonomia, em coerência com a elevada dimensão humana e social da profissão e a saúde das populações e assegurar o nosso contributo para a renovação necessária de um Serviço Nacional de Saúde que se quer público e essencial à saúde dos portugueses.

Lisboa, 11 de Setembro de 2007
Carlos Silva Santos

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